quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Histórico de Paraipaba

PARAIPABA VELHA

O atual Município de Paraipaba era conhecido anteriormente como Passagem do Tigre, em virtude de um tigre que por ali passou e com este nome é citado no Decreto n.º 1156 de 04 de setembro 1933. Cinco anos mais tarde e através do Decreto Lei n.º 448 de 20 de dezembro de 1938, passa a chamar-se apenas Tigre, pertencendo ao então Município de Anacetaba (hoje São Gonçalo do Amarante), denominação, segundo o historiador Raimundo Girão em homenagem a antigas aldeias de índios anacés que ocupavam aquela área. Novo Decreto Lei nº 1114 de 30 de dezembro de 1943 mudaria esta denominação para atual Paraipaba.
Assim, Paraipaba é um nome indígena e significa água corrente. Por ocasião do projeto de mudança de topônimos de cidades e vilas cearenses, missão confiada a uma comissão constituída pelo Engenheiro Paulo Torcápio Ferreira e secretariada pelo Dr. Mozart Soriano Aderaldo, foram sugeridas as denominações de Caruaçu, igual, em Tupi, a seixo rolado, e a de Almécegas, uma árvore resinosa e nome de conhecida lagoa das proximidades, mas as sugestões não foram aceitas.
Sua população vivia da caça, pesca, agricultura, extrativismo vegetal (cera de carnaúba) e criação de caprinos, apenas para a subsistência da população que não passava de 1.200 habitantes. Fato polêmico é quanto a origem dos primeiros habitantes da Passagem do Tigre. Uns dizem que eram três irmãos da família Ferreira de Paiva que vieram juntamente com suas famílias do Rio Grande do Norte, supostamente escorraçados por Virgulino Lampião e seu cangaço. Outros dizem que foram visitantes que simplesmente se apaixonaram pelo lugar.

DE PARAIPABA VELHA À PARAIPABA NOVA

O inverno de 64 prometia uma boa safra. Porém, logo no início, as chuvas não cessavam e em poucos dias as plantações e casas que ficavam às margens do rio Curu foram alagadas e os moradores tiveram que se deslocar da Velha Paraipaba para casas de parente e amigos, alguns no vilarejo do atual Monte Alverne (bairro de Paraipaba), outros na cidade de Paracuru.
Naquela época já havia algumas casas onde é situada a cidade de Paraipaba e isso facilitou a mudança da população que procurava parentes e amigos moradores da planície mais alta. A água do rio não parava de subir e com isso mais e mais pessoas ficavam desabrigadas. O prefeito de Paracuru, senhor Francisco Batista de Azevedo, decretou estado de calamidade pública. Veio então a Defesa Civil que juntamente com a Prefeitura de Paracuru ajudou na mudança da população.
O lugar ficou quase deserto, plantações foram perdidas e casas foram arrastadas pelas águas. Além de toda tragédia uma veio marcar para sempre esse episódio de nossa história. Para salvar a vida de uma criança, morre o soldado Evaristo Gomes, da policia militar (hoje em sua homenagem, há uma rua com seu nome). Depois de quarenta dias, as águas baixaram e algumas famílias começaram a voltar e passam a viver em condições precárias. Outros não querem se arriscar por temerem uma nova enchente; procuram então um lugar mais alto para construírem suas casas, pois, estariam livres de um sofrimento futuro. Fica assim dividido o povo que habitava a Paraipaba Velha (nome dado a Passagem do Tigre) e a Paraipaba Nova, que alguns anos depois se reúnem novamente na Paraipaba Nova.

A CONSTRUÇÃO DA NOVA PARAIPABA

Começa aqui o desenvolvimento da Nova Paraipaba. As terras pertenciam aos Srs. José de Paiva, Vicente Ferreira de Paiva, Manoel Teixeira Lima e Antonio Eusébio de Sousa Moreira, doadas generosamente para a população mais carente. Começaram a trabalhar no plano da construção da nova cidade, os Srs. Francisco Batista de Azevedo, Manoel Simplício de Sousa, Raimundo Nonato Oliveira, Otacílio Moreira de Sousa, Raimundo Moreira Barroso, Afonso Barroso Cordeiro, o Padre José Olavo Rodrigues (vigário da Paróquia de Paracuru) e o Conselho Comunitário de Paracuru dentre outros. Estes deram total apoio e lutaram contra aqueles que resistiam à mudança do lugar.
Houve também uma valiosa ajuda do DNOCS que já se encontrava aqui desde 1957, quando o mesmo se encarregou do desmatamento e das mudanças. Além disso, construiu 92 casas, 2 poços profundos e um mercado central. No dia 1º de Novembro de 1964, foi celebrada a 1ª missa pelos padres José Olavo Rodrigues, José Naury Braga e o Bispo Dom José Delgado. A solenidade aconteceu por ocasião da Festa de Santa Rita de Cássia (padroeira) e foi realizada em terreno ainda não destocado e por isso denominada nesse ano de Festa do Toco. Para marcar o início da criação da cidade, foi colocada a pedra fundamental pelo Prefeito de Paracuru, Francisco Batista de Azevedo, na presença de várias autoridades: Francisco Lourival Paiva Azevedo, Francisco Paulino, Afonso Barroso Cordeiro, Manoel Simplício de Sousa, Otacílio Moreira de Sousa, Raimundo Moreira Barroso, Manoel Ferreira Lima, além de toda a população que assistia atentamente.
Houve também uma valiosa ajuda do DNOCS que já se encontrava aqui desde 1957, quando o mesmo se encarregou do desmatamento e das mudanças. Além disso, construiu 92 casas, 2 poços profundos e um mercado central.

FOTOS PARAIPABA VELHA